sexta-feira, 28 de outubro de 2011


Há muito não posto.
Vida corrida, tempo com pressa.
Frases soltas, pensamentos insistentes, avivam este retorno.
Cada vez menos adolescente, mais adulto.
É quando as paixões cedem lugar à estabilidade dos amores construídos, persistentes.
'Adultecer' é inevitável.
Algumas coisas não podem ser apagadas pela transição ou, talvez, requeiram grande labuta para cairem no calmo oceano do esquecimento.
É a vida, ninguém dela foge ileso.
Recordam-me as feridas e, unilateralmente, a coragem juvenil.
Destemida e obstinada, de palavras ditas só pelo cumprimento do mister. Sem requisição de respostas. Frases do "dever cumprido" e "perdi, mas tentei".
Busco conservar parcela daquela 'irresponsabilidade', que fez chorar, fez sorrir.
Incrível que pareça, vida e amor conhecem choro e riso, perfazem juntos o caminho da conquista e da perda.

Até o próximo encontro.
O adulto precisa trabalhar.


*Foto: filme O Rei Leão (The Lion King / Rob Minkoff e Roger Allers/1994)

segunda-feira, 6 de julho de 2009

July 4


Ir à luta não é fácil. Aliás, correr risco é arriscado (Perdoem-me a redundância).
Não se pode levar muito peso. Confiança é passaporte para os que nos acompanharão. O que deixar para trás? Era difícil escolher. Comecei pela justiça de deixar aqueles que duvidavam do sucesso no qual eu tanto acreditava. É sobre estes que quero falar. Causaram-me inquietação.
A causa pretendida era tão nossa que eu não conseguia entender como podiam desacreditar. É tarefa difícil reconhecer o direito que o outro tem de não mais querer os “quereres” que um dia juntos quisemos. A gente é tentado a desfazer as malas e a não mais lutar.
A gente parece que não vai suportar seguir com aquela ausência. Iniciamos, então, um processo de (auto)convencimento. Expomos o que nos fez um dia acreditar. Tentamos trazer à luz o que parece tão encoberto pelos medos e dúvidas. Buscamos naqueles olhos a alma que dia desses sonhava acordada com o dia que viria.
Inacreditavelmente, não há mais credo. Mudaram as estações. Os campos de batalhas são agora diversos. Não posso lutar naquele que não me pertence. O convite para o meu não é aceito.
É preciso despedir-se e seguir.
Despedidas sempre doem. Partimos ainda acreditando que no meio do caminho alguém nos surpreenderá com um sorriso dizendo: “Estou aqui, ainda acredito!”.
É um misto de despeito e respeito. Queremos empurrar-lhes “garganta à baixo” nossa decepção, enquanto vamos tentando nos convencer do direito indisponível que têm de desistir de nós, de rumar para outros jardins.
Aí, cabe uma questão que perpassa esse misto: de que valeria tão incrédulo combatente ao nosso lado? Ao que me parece, é mais sábio que a dor da sua despedida nos acompanhe no caminho a vivermos à espera da sua desistência futura. O que acreditamos deve ser a razão que nos une. É querer repleto de futuro e sem o qual inexistem argumentos capazes de reunir. Reunir é fazer reacreditar (Mas fazer crer novamente é assunto para outra postagem).
Se é maior a causa que hoje lhes merece descrédito, não sei. Sou tentado, é claro, a dizer sim. Penso que o importante é seguir acreditando. Alguns sempre nos seguirão.
Se é justo não levá-los conosco, igualmente, há que se reconhecer o valor que tiveram no caminho trilhado.
Era independência americana. Alguém me falou, mas logo esqueci. Estava preocupado com os caminhos da minha (Sem desconhecer, o valor daquela, é claro!). Quem seria o libertador? O que haveria de matar e morrer? Custo crer em liberdades sem mortes, perdas. Amanhã sem hoje que já se foi.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Eu, eu mesmo

Nada mais natural que uma apresentação. Vamos lá...

Sou um apaixonado por minhas causas, meus amores.
E mesmo quando algumas delas me desmotivam, sempre há uma outra me fazendo reacreditar.

Minhas causas são desconsertantes, continuamos nos amando mesmo quando não merecemos.

Por isso, dei-lhes nome e sobrenome: Razão de Viver.